terça-feira, 15 de junho de 2010

Gosto quando me falas de ti...


Gosto quando me falas de ti... e vou percorrendo
e vou descortinando a tua vida
na paisagemsem nuvens, cenário de meus desejos
                                                                           [tranquilos 

Gosto quando me falas de ti... e então percebo
que antes de chegar, me adivinhas,
que ninguém te tocou, senão o vento
que não deixa vestígios, e se vai
desfeito em carícias vãs... 

Gosto quando me falas de ti... quando aos poucos a luz
vasculha todos os cantos de sombras, e eu só te encontro
e te reencontro em teus lábios, apenas pintados,
maduros,
mas nunca mordidos antes da minha audácia.

Gosto quando me falas de ti... e muito mais adiantes
em teus olhos descampados, sem emboscadas,
e acenas a tua alma, sem dobras, como um lençol
distendido,
e descortino o teu destino, como um caminho certo, cuja
                                                                            [primeira curva
foi nosso encontro.

Gosto quando me falas de ti... porque percebo que te
                                                                                [desnudas
como uma criança, sem maldade,
e que eu cheguei justamente para acordar tua vida
que desenrola inútil como um novelo
que nos cai no chão...


                                                                 

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